No Age of Discovery, os soldados portugueses embarcaram em ousadas expedições para explorar territórios desconhecidos e estabelecer rotas comerciais. Para garantir a sua segurança em navios e caravelas, eles empunhavam uma arma única chamada Espada Negra da Carrack, também conhecida como Espada do Caranguejo.
Esta extraordinária espada foi inventada em Portugal durante o século XV e desenhada especificamente para soldados e marinheiros na sua exploração do mundo. Apresentava uma guarda distinta com dois anéis de proteção, projetados para proteger os dedos do usuário e ao mesmo tempo servir como meio de prender a lâmina do oponente.
Uma das características notáveis da Espada Negra da Carraca era sua cor preta. Os soldados portugueses pintaram as espadas de preto para evitar o reflexo da luz, que poderia denunciar a sua presença nos navios. Além disso, a tinta preta ajudou a mitigar a corrosão causada pela água salgada, garantindo a longevidade da funcionalidade da espada.
Para além das suas características práticas, a espada tinha um apelido bastante peculiar entre os soldados portugueses. Eles se referiam a ela como “Colhona”, um termo que se traduz aproximadamente como “bolas grandes” em português. Este nome é atribuído às placas terminais redondas da espada que lembram um par de testículos, combinadas com sua forma fálica.
A origem precisa da espada não é clara, mas espadas semelhantes com as mesmas características também foram encontradas entre as forças castelhanas e outras regiões da Península Ibérica. Ficou conhecida como a espada ibérica do final do século XV.
A Espada da Guarda Portuguesa, outro modelo popular entre as forças portuguesas deste período, apresentava lâmina reta com secção transversal em diamante, pomo discoidal e guardas em forma de voluta. As origens desta espada também são ambíguas, mas podem ser vistas em obras de arte do final do século XIV.
O renomado artista português Nuno Gonçalves incluiu com destaque a Espada da Guarda Portuguesa nas suas obras, como os Painéis de São Vicente e as Tapeçarias de Pastrana, cimentando ainda mais o seu significado cultural.
Embora a Espada da Guarda Portuguesa e a Espada Negra das Naves partilhem semelhanças no design, é imperativo não confundi-las. A Espada Negra das Carracas, com a sua característica de colhona, era uma versão portuguesa única derivada da espada da guarda portuguesa. A adição de uma placa ou disco no final de cada quillon deu ao portador da espada uma vantagem extra no combate corpo a corpo.
As espadas colhona foram predominantemente utilizadas nas cidades comerciais portuguesas em África durante o século XVI e tornaram-se símbolos de honra adotados pelos chefes locais. Esta expansão portuguesa em África levou à difusão da espada entre as populações africanas, que a consideravam um símbolo de status.
Nos inventários contemporâneos, a Espada Negra das Naves era frequentemente descrita como “espada preta de bordo”, enfatizando a sua pintura preta e o seu uso pretendido para combate corpo a corpo em navios e fortalezas ao longo da costa africana.
Concluindo, a Espada Negra da Carraca, conhecida como Espada do Caranguejo ou Colhona, era uma arma notável projetada para atender às necessidades exclusivas dos soldados portugueses durante o Age of Discovery. Sua cor preta, proteção distinta e lâminas extras tornavam-na uma arma formidável, permitindo aos soldados evitar a detecção e combater a corrosão. À medida que a exploração portuguesa se expandiu para África, a espada também ganhou popularidade entre as populações africanas como um símbolo de estatuto reverenciado. A história e o significado da espada servem como testemunho da notável engenhosidade e desenvoltura dos soldados portugueses durante esta era inovadora de exploração e descoberta.